domingo, 18 de janeiro de 2009

conto zen

uma mulher chique e bem sucedida estava num aeroporto e o seu voo ia demorar. comprou um livro e um pacote de biscoitos, sentou na sala vip no ar condicionado abriu o livro. um homem sentou ao lado dela e abriu outro livro. pegou o pacote de biscoitos, abriu e comeu um. ela ficou indignada mas não disse nada, pegou também um biscoito e comeu e colocou entre os dois. e assim foi, ele pegava um biscoito e ela pegava outro, ele calmo e ela nervosíssima, mas sem dar um palavra. no final sobrou um biscoito e ela pensou - agora eu quero ver o que ele vai fazer. ele pegou o biscoito dividiu ao meio e comeu a metade e deixou a metade para ela e saiu tranquilo, ela furiosa.
embarcou e sentou confortavelmente na poltrona, revoltada com o homem e consigo mesma por não ter reclamado, esbravejando... quando abriu a bolsa para pegar alguma coisa, descobriu que o seu pacote de biscoitos estava intacto dentro da sua bolsa. tinha comido a metade dos biscoitos do gentil homem ao seu lado.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

conto

solidão
acordo as quatro. saio de um sonho estranho onde ajudei uma amiga a achar seu par. fiquei sòzinho como acordei. casa vazia, com azia. me mexia prá-lá-e-prá-cá, nú. levanto e bebo um jarro d'água, vou ao chuveiro. acho os gráus que meu corpo adora. experimento uma felicidade infinita nessa cachoeira quente. sou feliz: aceito a vida que tenho, os filmes que gosto caem do céu, os sonhos se realizam e os presentes que ganho quero dar para as pessoas que amo, de tão bons. visto uma roupa de domingo, saio felizardo. a rua está nua. estranho. olho o relógio e a bússola. são seis, estou indo para o sul. perdi o rumo: não estou em paris.
23 de dezembro de 2007

conto

vinha de um almoço de camarão, andando pelas ruas arborizadas de um jardim oceânico e parei diante de cinco pardais que se deliciavam na poça de águas límpidas, nadavam, batiam suas asas, bebiam. uma rolinha se juntou a eles, depois outros pardais e mais outros. meu sorvete de chica bom que comemora sessenta anos, ficou ainda mais gostoso.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

pensamento

uma bela música tem o som de uma voz em silêncio.(ana clara lima)

sábado, 3 de janeiro de 2009

conto

sandro e luisa
Sandro olhava o rosto de Boticelli à sua frente. A água da banheira no seu corpo, aquecia a transposição do amor que tinha pela sua amada distante para a imagem a sua frente. Diminuia a distância que saia da sua alma e superava tudo. Tinha percorrido museus no mundo para ver, ao vivo o que seu mestre tinha feito de tão belo; e era sempre como se, vários séculos depois, lhe dissesse: "eis o que eu fiz de perfeito. não é para você copiar, porque isso eu já fiz mas apenas para mostrar que é fazível," Luisa, agora achada, era a sua "Venus".