sábado, 30 de agosto de 2008

conto

Fome
Poema de amor para uma noite infinita
Ele ficou de frente para onde em vinha, um degrau mais alto. Fiquei descalça enroscada nos seus braços, alisando meus cabelos. Me desabotoou. Enfiou muitas mãos por dentro do meu capote, me beijando, alisando minha pele através da seda. Andamos até o quiosque onde pedi um sanduíche de queijo com fanta (adoro fanta). Viramos e ele se encostou numa parede cega do quiosque onde só o mar nos via, me abraçou, abriu de novo os botões grandes do capote preto que coloquei nem sei porque e foi me abrindo. Encostou as mãos na minha pele, subindo pelas costas, passando para a frente. A ponta dos seus dedos tocaram meus seios, rígidos, estremecida. Seu corpo se encantou com o meu, boca deslizada pela minha. Desceu as mãos por dentro da calça, seu antebraço enroscado, quatro coxas como que não existindo tecidos entre elas. Meu coração vinha e voltava, emoção pura. Olhou nos meus olhos, girou o corpo e me levou mão dada até a areia, perto da água fria e salgada. Equilibramos. Me deitou, abraçando. Abriu delicadamente o feche-eclair das duas calças e nos amamos muito. Ficamos abraçados. Levantou-me pela mão e retornamos a parede cega onde o rapaz do quiosque tinha deixado o sanduíche de queijo, ao lado da fanta que adorei ainda mais. Saciei minha fome.